Titulo: A CASA DE MISERICÓRDIA
Postado por: Valdir Pereira da Luz
A CASA DE MISERICÓRDIA
Passadas estas cousas, havia uma festa dos judeus, e Jesus subiu para Jerusalém.
Ora, existe ali, junto à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebraico de Betesda, o qual tem cinco pavilhões.
Nestes jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos
(esperando que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo tempo, agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a água, sarava de qualquer doença que tivesse).
Estava ali um homem, enfermo havia trinta e oito anos.
Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim havia muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?
Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois enquanto eu vou, desce outro antes de mim.
Então lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda.
Imediatamente o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. E aquele dia era Sábado.
Por isso disseram os judeus ao que fora curado: Hoje é Sábado e não te é lícito carregar o leito.
Ao que lhes respondeu: O mesmo que me curou me disse: Toma o teu leito e anda.
Perguntaram-lhe eles: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda?
Mas o que fora curado não sabia quem era; porque Jesus se havia retirado, por haver muita gente naquele lugar.
Mais tarde Jesus o encontrou no templo e lhe disse: Olha que já estás curado, não peques mais, para que não te suceda cousa pior..
João 5: 1-14
O texto pode parecer um pouco longo mas é necessário lê-lo todo para compreender o nosso assunto. O texto narra uma breve saída de Jesus da Galiléia para uma ida a Jerusalém. Diz o texto que ele vai a uma festa que não é explicitada, então a festa é desconhecida. No relato de João, é o primeiro grande choque de Jesus com os fariseus que compunham boa parte da liderança religiosa judaica. Lemos aqui, no versículo 16, os judeus perseguiam Jesus porque fazia estas coisas no Sábado, e logo a seguir lemos no versículo 18, por isso os judeus ainda mais procuravam matá-lo. É o primeiro choque de Jesus com os fariseus já que antes o relacionamento era bom. No capítulo 3 nós temos o encontro de Jesus com um dos três chefes dos judeus, Nicodemos, e em 3:2 lemos assim:
Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. João 3:2.
Parece que Nicodemos inclusive, usando a terceira pessoa do plural, estava falando em nome do sinédrio. Agora as relações começam a se turbar por causa do Sábado. Mas ele vai para uma festa em Jerusalém, provavelmente uma festa no templo e isto é um enigma, ele vai para Jerusalém porque há uma festa, diz João, mas ele não vai a festa. É curioso. Há uma festa, ele vai para Jerusalém, subiu para a festa mas não foi para a festa. A festa é no templo mas Jesus parecia nutrir pouco apego pelo templo. Quando os discípulos extasiados disseram: Mestre, olhe que construção, que pedras! Ele disse assim: não vai ficar aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.
Para a mulher samaritana ele disse assim: mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Jesus não era muito amarrado em construção para ele não era o lugar, para ele era o sentimento da pessoa. O lugar era irrelevante e o sentimento fundamental. Mas para mim a chave do entendimento do que está por trás desta história reside aqui: a festa é no templo de Jerusalém, ele sobe para a festa mas não vai para o templo. No templo está a elite religiosa, ele vai a Betesda, vai para um tanque onde está uma multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos. Ele vai para se encontrar a um paralítico a quem cura. É uma história comum porque ele curou muita gente mas por trás desta história estão grandes lições para as quais nós devemos atentar. Desde o fato que ele faz a opção por Betesda e não pelo templo até a última palavra que ele dá ao homem, tudo isto vem cheio de ensinos.
Quero que o seu raciocínio me acompanhe por um pouco de tempo caminhando por este texto para que vejamos juntos três verdades que estão aqui e que podem trazer luz para a nossa vida. Primeiro: a opção de Jesus. Ele opta por Bestesda. Passadas estas coisas havia uma festa dos judeus e Jesus subiu para Jerusalém. Ora, existe ali, junto à porta das ovelhas um tanque chamado em hebraico Betesda. João faz questão de registrar o nome do tanque Bestesda que significa casa da misericórdia. É para onde ele vai. No templo há festa., há imponência, há rito, há gente paramentada, há palavras ensaiadas, há um gestual, há um homem santo que domina todas as ações, mas em Betesda há uma multidão carente e ele não se prende ao ritual, a pompa e a liturgia, ele vai para onde está a multidão. É uma lição fantástica. Queremos encontrar Jesus? Não vamos encontrá-lo no meio de paramentos, de ladainhas, de ritos. Vamos encontrá-lo onde estão as pessoas carentes. Queremos saber onde Jesus se sente à vontade? Não é onde está a multidão que veste uma capa de religiosidade e vai para uma cerimônia programada para impressionar as pessoas, ele se sente à vontade no meio da multidão carente. Por todo o evangelho de João ele vê o templo como um lugar de corrupção espiritual, transformastes a casa de meu pai em covil de salteadores. Ele não está preocupado com isto, ele é o homem que veio para exercer a misericórdia.
Há muitas pessoas que pensam que para agradar a Deus precisam de uma série de prescrições. Esta multidão que está lá no tanque de Bestesda não tem nada para agradar. Creio que nenhum de nós procuraria um lugar cheio de mendigos para se sentir bem lá. Aliás, quando vemos um já atravessamos para o outro lado para não ter que dar R$ 1,00 para ele. Imagine ir para um lugar onde há uma multidão. Mas é aonde ele vai. Ele é o salvador da misericórdia. No templo há um Deus capturado, refém de conceitos, prisioneiro de ritos. Deus só age depois de determinado ritual, depois de determinado gestual sob a orientação de um guru, de um homem iluminado que ele escolheu, então Deus está subordinado ao homem.
Por todo o evangelho de João o templo é mostrado como um lugar de falsidade, é no templo, no relato de João que se trama a morte de Jesus. Meus irmãos, fica uma advertência muito grande para nós, porque valorizamos templo, valorizamos prédio, valorizamos construção, e não é um contra-senso, precisamos de mais espaço, mas o que move o coração de Deus é a necessidade humana e não a arquitetura. O que realmente direciona o interesse de Jesus pelos homens não são ritos, não é a liturgia, mas é exatamente esta carência que os homens tem. Ele é o salvador cheio de graça e de misericórdia. O texto diz no versículo 3 que no tanque de Betesda jazia uma grande multidão e explicita: enfermos, cegos, coxos e paralíticos. Coxos e paralíticos ocupam os dois últimos lugares e é a um paralítico que ele se dirige. Mais uma vez João arma um enredo muito inteligente. II Samuel 5:8 nós lemos esta declaração de Davi
Davi naquele dia mandou dizer: Todo o que está disposto a ferir os jebuseus suba pelo canal subterrâneo e fira os cegos e os coxos, a quem a alma de Davi aborrece. Por isso se diz: Nem cego, nem coxo entrará na casa..
Quando Davi marchou contra Sião, que pertencia aos Jebuseus eles disseram: Davi, quem é este camarada? Ele vem com um exército. Não preciso de exército não, esse camarada não é de nada, a gente põe um bando de cego e de coxo e põe Davi para correr. Agora, por estas questões de desdobramento de raciocínio que a gente não consegue entender, por causa disso, coxo, cego, paralítico, não podiam entrar no templo. Há uma festa no templo, lá estão as pessoas boas, em Betesda estão as pessoas que são privadas de entrar no templo e ele vai para este lugar. Que advertência fantástica! Como nós valorizamos toda a religiosidade, todo o arcabouço religioso que construímos ao redor da pessoa de Jesus e achamos que todo este arcabouço, esta capa, este revestimento é necessário para se chegar a Jesus, ele despreza estas coisas. Aquelas pessoas que aos olhos humanos não tem valor, tem valor aos olhos dele, aqueles que não podem fazer parte da religião oficial, da religião institucionalizada, prescrita por homens, tem valor aos olhos dele.
Por convicção teológica eu estou hoje firmemente convencido de que o maior inimigo do evangelho é a religião institucionalizada. As regrinhas que nós fazemos e damos para Deus cumprir e ele só pode agir dentro de nossos parâmetros e se você não fizer como nós achamos que deve ser feito Deus não vai atendê-lo. Quem você pensa que é, mulher, com essa roupa curta, para Deus atender você? Quem você pensa que é, rapazinho, para Deus atender você? Com esse brinquinho na orelha? Quem você pensa que é para Deus atender você enquanto você tem uma porção de coisas erradas na sua vida? Ressuscitamos o farisaísmo, seja bom, cumpra as nossas regras, e Deus vai atender você. Era isso que o templo dizia. Vocês outros não são perfeitos, cegos, coxos, mancos, aleijados, não entram aqui. Vocês não são bons. Mas ele não vai para o templo, a opção de Jesus, e valha-nos isto, não é opção por religiosos, é opção por carentes. Se alguém pensa que pode subornar Deus com uma vestidura religiosa está enganado, ele conhece o coração e ele nunca é seduzido por aquilo que nós mostramos aos homens. Ele é comovido pela nossa carência, pela nossa cegueira, pela nossa paralisia, pela nossa enfermidade espiritual.
Tenho dito que a igreja não é uma academia de ginástica, é um hospital. Não é para sarados é para carentes. Aqui o salvador não vai para sarados espirituais, ele vai para a multidão que ninguém queria. Jesus estava onde estava a multidão carente. Em Mateus 9:38 lemos isto: Jesus vendo a multidão compadeceu-se dela porque era como ovelha sem pastor. Em Mateus 15:32 ele chama os discípulos e diz assim: eu tenho compaixão da multidão. Mas os fariseus não. Em João 7:49 o sinédrio diz assim para Nicodemos: essa multidão é maldita. É assim que o homem que faz o seu próprio padrão religioso vê os carentes. Aquele sujeito é um beberrão, é um pinguço, aquilo lá é um camarada sem moral. Aquilo é roupa que se use? Aquilo não presta, não tem futuro. Mas é para estas pessoas que o Senhor se dirige. Meus irmãos, não pensemos que nós compramos Deus, que impressionamos Deus, retidão é conseqüência de conversão. Ética elevada é uma resposta nossa à graça de Deus, mas nunca é o que faz Deus agir por nós. A opção de Jesus é pelos imprestáveis, é onde ele exerce a misericórida.
O segundo aspecto é a situação do homem e o texto nos diz no versículo 5, estava ali um homem havia 38 anos. Mas este João é tão detalhista, parece contador, devia ser colega do Cleverson, por que não põe 40? Deuteronômio 2:14 diz que Israel peregrinou pelo deserto sem rumo por 38 anos. O homem na realidade, João é muito tipológico, usa muito estes tipos, João faz deste homem um tipo do Israel peregrino, sem rumo, vagando pelo deserto, num lugar sem vida, desorientado e procurando por Betesda. Fica uma outra advertência para nós, irmãos, nem sempre o templo atrai o povo. As nossas igrejas precisam ser Betesda. Podem ser catedrais suntuosas e finíssimas. Vi catedrais na Europa que impressionam, mas vazias, museus espirituais, 5 ou 6 pessoas participando de um ofício religioso onde cabem 3 mil pessoas. Um Deus frio, distante, aprisionado por conceitos humanos. Mas a lição é esta, quem sofre busca socorro. Este homem, para os que estavam no templo era inútil quase 40 anos. Aqui está também uma situação do homem sem Deus, ele está paralisado, muitas vezes está sem rumo, procura um norte na sua vida, gostaria de luzes, de poder se direcionar, ele sabe que o Deus que lhe mostraram, a religião com que lhe acenaram, os conceitos religiosos que lhe mostraram não trazem nenhum alívio para ele, pelo contrário, distanciam-no de Deus.
Me recordo, quando eu era adolescente, a minha mãe faleceu e uma parte da família queria que se realizasse uma missa de sétimo dia e quando se foi falar com a pessoa responsável a resposta foi: Não. Vocês não estão lá freqüentando o espiritismo, se virem por lá. Tudo bem. Podia dizer: olha há algum empecilho. Mas a última coisa que nós precisávamos é que esfregassem sal na nossa ferida. Mas aqui está o nosso esquema religioso, se enquadrem. Enquanto que, estas pessoas desorientadas, querem alguma coisa. A religião que deixa de atender o homem carente, que deixa de estender a mão para o pecador e que deixa de acenar com esperança não tem muito significado e aquele que tem um coração aflito e desorientado o que menos precisa é de mais censura.
Mas aqui está o salvador que vai aonde estão as pessoas carentes. A situação do homem é deplorável e o que descobrimos? São essas pessoas deploráveis quem Deus procura. Não sei como é o seu coração. Talvez você esteja longe daquele cristão modelo que lhe mostraram, seja uma pessoa que olhe honestamente para a sua vida e diga: olhe, estou cheio de falhas, de defeitos, estou com a vida toda torta, toda errada e eu não sei nem o que vim fazer aqui. Mas se você se sente uma pessoa assim, à margem do processo, posta de lado, é em você que Deus tem interesse.
Nesta semana, pregando num culto no lar, usei o texto de Bartimeu e mostrei o texto que diz que Bartimeu estava sentado à beira do caminho. Como gosto de música popular brasileira citei uma música do Erasmo Carlos: Sentado à beira do caminho. O homem que está sentado num canto, marginalizado, enquanto a vida vai passando. É a situação deste homem. Ele está sentado, largado, depositado lá, a vida está passando e ele a está perdendo. Quantas pessoas estão assim? A vida está indo embora e elas não conseguem entender o que vieram fazer aqui. Estão perdendo o sentido da vida, frustradas e desorientadas. Você está assim? Problemas? Crise existencial? Desorientação? Lembre-se, não importa qual seja a sua situação, O Jesus do novo testamento, o Jesus das escrituras, não o Jesus a quem puseram uma capa de religiosidade, a quem compraram para a sua seita, o Jesus sectarizado, este é o Jesus que se dirige aos carentes e tem uma coisa a tratar com você.
O terceiro e último aspecto que quero mostrar é a proposta de Jesus. O versículo 6, Jesus, vendo-o deitado, e sabendo que estava assim a muito tempo perguntou-lhe: queres ser curado. Primeira questão: ele toma a iniciativa. A iniciativa sempre é dele. Ele disse isto: o homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada primeiro. A Bíblia diz isto: nós amamos a Deus porque ele nos amou primeiro. Ele toma a iniciativa. Não é o salvador escondido a quem se chega depois de uma longa peregrinação. É o salvador que toma a iniciativa e muitas vezes ele deve ter falado com você, batido à porta do seu coração e mostrado que tem vontade de participar da sua vida, da sua experiência e tem ficado de fora, mas a iniciativa é dele. Há muita gente que está assim: fugidia, encolhida, arredia. Mas é ele quem procura. Talvez você esteja assim, não querendo saber de Deus, não querendo saber de igreja, talvez até ansioso para isto acabar, não sabe o que veio fazer aqui, atender a um amigo, ou talvez em busca de um raio de luz, mas a iniciativa é dele, é o espírito dele quem toca no coração e que impulsiona. Faz uma pergunta que é de uma obviedade irritante, queres ser curado? Lógico, o que o senhor pensa que vim fazer aqui? Seria a resposta do homem. Porque Jesus faz uma pergunta tão óbvia? Presumo que duas questões motivam a pergunta de Jesus. Primeiro: despertar esperança. Ele podia mudar a vida da pessoa. Podia mudar a vida deste homem e pode mudar a sua. Ele pode transformar a sua vida. Segundo: despertar a fé. É possível ser mudado. Queres? Talvez ele te faça esta pergunta. Eu posso mudar a sua vida, você quer? Agora, se a pergunta é óbvia, a resposta não tem sentido. Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque quando a água é agitada. Essa não foi a pergunta: você quer ser levado pro tanque? De passagem, parece que esta era uma crença dos judeus, tanto que o versículo 4 vem entre colchetes. João o colocou assim, ou um copista depois, para dar uma explicação da crendice do povo. Mas o que o homem diz é isto: não senhor, não tenho ninguém para me arrastar e colocar lá no tanque. Sou paralítico, tenho que ir para lá me arrastando e nunca sou o primeiro. Não foi isto que Jesus perguntou mas sim se ele queria ser curado.
O homem coloca sua esperança na atividade humana e na superstição. Não é verdade que há pessoa s que também colocam a sua esperança em atividade humana? Ali há um benzedor, ali há um benzedor evangélico, uma irmã que tem oração forte, vai lá que ela vai resolver o seu problema, ou tem um centro espírita ali e vai lá tomar uma banho de descarrego, ser benzido com galho de arruda ouvindo uma oração na língua nagô e nós vamos resolver o seu problema. Não é esta a pergunta.
Outra questão é a superstição. Vem um anjo ali mexe a água mas ninguém me põe lá. Quer resolver o seu problema? Mas eu estou tentando, tenho um buda que esfrego a barriga dele todo dia. Tenho um cristal. Mudei minha assinatura, o número de letras, procurei um numerólogo. Consultei uma taróloga, ela consultou as cartas e me disse o que devo fazer. Estou tentando. É curioso como as pessoas colocam fé em superstição, em tolice. Uma vez dei um folheto evangélico a um homem, ele olhou, viu que o folheto era evangélico me devolveu e disse: muito obrigado mas eu não creio nestas coisas. Tudo bem, peguei o folheto de volta. No vidro do carro do homem: eu acredito em duendes. Curioso. Aqui está o homem. Queres ser curado? Não tenho ninguém para me levar para água quando for agitada. Quantas pessoas que não entenderam que Jesus Cristo pode mudar a sua vida e estão acreditando em tolices, em invenções humanas, em atividade humana, deixam de crer no salvador, no homem que dividiu a história em antes e depois dele e vão acreditar Yemanjá, em coisas tão reais quanto saci pererê, mula sem cabeça e curupira. Mas é a crendice do homem. Jesus não precisava desta água, como com a mulher samaritana: dá-me de beber. Ele não precisava daquela água. Ele não precisava de nada. Uma coisa só, a palavra dele no versículo 8: então lhe disse Jesus: levanta-te, toma a tua cama e anda. Três verbos: levanta-te, toma o teu leito e anda. Levantar? Meu problema é exatamente este, sou paralítico. Mas levanta. Esta é a ordem dele. Quando ele entra com a sua palavra todas as coisas são mudadas. Ou seja, o que te domina tu deves dominar. Toma o teu leito e anda. Só isto, três palavras e o problema está resolvido. Bastou Jesus entrar em sua vida. O leito o dominava e agora ele devia dominar o leito. Aí o texto diz assim: imediatamente o homem se viu curado e pôs-se a andar.
Agora vamos ao fim. Há muitas pessoas como este homem, a vida em desacerto, parecem profundamente infelizes, estas pessoas se sentem desorientadas, ficam vendo a vida passar, o tempo está escoando entre seus dedos como a água, não conseguem se realizar na vida, estão profundamente frustrados. Estão colocando a expectativa de mudança ou em superstição e crendice humana ou na atividade humana. Estão esquecidas que Jesus Cristo tem poder para transformar e mudar. Jesus Cristo, esta é a lição fundamental deste texto, tem misericórdia, procura pessoas carentes. Se você é um carente ele procura por você, pode mudar a sua vida.
No fim um contraste. A atitude de Jesus e a atitude dos fariseus. Hoje é Sábado. Hoje não é dia de carregar cama. Ficar paralítico pode mas ser curado não pode. Há o preconceito. Eu? Aceitar o evangelho? Com que cara vou chegar lá em casa e dizer: agora virei bíblia, agora virei crente. Agora você é deste que vai para a igreja para viver em cantoria, enchendo bolso de pastor? Aqui está a cultura farisaica, a cultura do preconceito. Que não olha a benção, que não olha a transformação, que não olha a mudança. Não se deixe dominar pela mentalidade farisaica, que aliena, que apequena, que impede a benção.
A última palavra quando Jesus reencontra o homem: olha, tu já estás curado, vá e não peques mais. Agora você tem uma vida nova para viver e viva direitinho. Tão bonito. Jesus cura, transforma e só depois exige mudança. Esta é a mensagem você está curado, foi transformado, agora siga assim, vá em frente e não tropece mais.