Titulo: A intimidade com Deus Parte 1
Postado por: Valdir
A intimidade com Deus
Desde o passado, Deus tem, à Sua maneira, procurado manter o contato e a comunhão com o homem - obra da Sua criação. A História e a Bíblia nos mostram que com o passar do tempo o homem foi se distanciando cada vez mais de Deus, e não Deus do homem.
Deus falava com Adão no paraíso, na viração do dia. Adão ouvia a Sua voz e ambos travavam um diálogo de perto.
Deus fez conhecer a Noé e sua família sobre o plano de destruir toda a terra com o dilúvio.
Abraão é considerado o amigo de Deus. Deus lhe falava de tão profunda maneira e entre ambos havia tal intimidade que Deus chegou a pedir-lhe que sacrificasse o seu filho Isaque. O que, atendendo, o Senhor retorna a Abraão e diz-lhe não ser necessário o cumprimento de tamanha prova de fidelidade.
Isaque cresceu ouvindo falar dos feitos de Deus na vida de seus pais e também experimentou um grau de relacionamento próximo a Deus.
Jacó viu os anjos de Deus subirem e descerem de uma escada e também era orientado por Ele. A comunhão já não era a mesma de antigamente, mas Deus continuava a falar com Seus servos.
José possuía tamanha comunhão com Deus que mesmo em meio às adversidades enfrentadas, quando vendido pelos irmãos ou quando preso nas cadeias do Egito, Deus se manifestava a ele, preservando-o do perigo. Deus lhe falava e o usava nos sonhos que sonhava.
Moisés foi levantado para libertar o povo hebreu do Egito, e antes de cumprir tamanha missão falou com Deus e Deus falou com Ele.
Sempre de alguma maneira Deus queria falar ao Seu povo. Utilizou reis, falou através dos seus profetas, dirigindo e guiando o Seu povo.
Teríamos muitos exemplos para ver como Deus se manifestava a estes servos que não eram muito melhores do que nós. Elias, Eliseu, Jeremias, Gideão, Balaque e outros são exemplos bíblicos de pessoas que mantinham comunhão com Deus, e o Senhor lhes falava em meio às circunstâncias que viviam. Deus usou um jumento para falar com Balaque. Através de um pedaço de algodão falou com Gideão.
Hoje Ele nos tem falado através do Seu Filho.
Feita esta introdução, vejamos alguns objetivos deste estudo:
1. mostrar que é possível ter intimidade com Deus - Salmo 25:14.
2. obter intrepidez para entrar no lugar Santo dos Santos - Hebreus 10:19,20.
3. reter a graça de Deus para servi-Lo - Hebreus 12:28.
4. findar com os altos e baixos espirituais - Ef 4:14.
5. tornar-se uma Pedra Viva - I Pd 2:5.
6. desenvolver um relacionamento mais real de filho para com o Pai - Rm 8:16.
7. desenvolver os frutos do Espírito em nossas vidas - Gl 5:22.
8. tornar-se verdadeiramente um despenseiro dos mistérios de Cristo - I Cor 4:1.
Certamente que outros objetivos poderiam ser citados, porém vamos nos ater a estes apenas, buscando tirar os maiores ensinamentos possíveis, de tal maneira que possamos obter frutos palpáveis ao final do retiro. Em primeiro lugar é importante reconhecer a situação do homem em relação a Deus.
Situação antes de encontrar-se com Cristo, durante a sua vida cristã aqui na terra e posteriormente após a morte.
Antes do encontro com Cristo
Éramos inimigos - Rm 5:10. Escravos do pecado - Rm 6:17,20. Destinados à morte, não tínhamos escapatória da condenação eterna. A salvação de nossas almas só pôde ser alcançada pela Graça de Deus, sem intermediação de obras humanas. Éramos inúteis espiritualmente, Rm 3:12. A condição a que estávamos submetidos era terrível e sem saída, porém o próprio Deus providenciou uma saída para nós: deu Seu próprio Filho por expiação para morrer em nosso lugar. Fez isso exclusivamente por amor. Sua maior criação, o homem, estava condenado à morte e Ele como o Oleiro dos oleiros, resolve dar mais uma oportunidade ao "vaso", de ser mais uma vez moldado e formado de novo. Chegamos à salvação!
A nossa vida cristã
Ao ingressarmos no Reino espiritual um novo horizonte se descortina para nós. Somos enxertados em uma Igreja, a um novo grupo de amigos, aos quais chamamos de irmãos. Nova conduta de vida nos é submetida. Mudanças ocorrem no nosso dia-a-dia, nos transformamos em novas criaturas (II Cor 5:17) e uma outra realidade se nos abre. Passamos a encarar os problemas e solicitudes da vida como desafios espirituais e nos apresentamos a Deus como Seus servos e Seus filhos.
No entanto, nem todos adentram diante de Deus nesta situação. Colocam-se em uma distância espiritual muito longe, vivendo apenas de rebarbas de bênçãos e migalhas, contentando-se com o pouco de vida espiritual. Vida abundante é só aquela vivida nos momentos seguidos à conversão, chamada de primeiro amor.
Isto não deveria ser assim, mas é. Nos dias atuais os crentes têm se contentado com pouco. Por que? Porque não vivem uma vida em correta posição diante de Deus. É uma questão de colocação, de posicionamento. Para se colocar diante de Deus nesta situação é necessário pagar um preço.
Algumas considerações sobre a posição que devemos tomar:
Posição 1 - Mortos para o pecado. Como mortos para o pecado - Rm 6:2. Não pode haver compreensão de que é possível viver uma vida espiritual frutífera vivendo e andando em pecado.
Posição 2 - Vivos para Deus. Como vivos dentre os mortos, vivos para Deus - Rm 6:11, 13. O mundo jaz no maligno. Quem ainda não foi alcançado pela graça salvadora de Deus está condenado à morte espiritual. Isto é uma realidade. São aqueles que estão ao nosso lado, são os nossos parentes, são nossos amigos, vizinhos e etc.
Posição 3 - Estar debaixo da graça. Colocar-se debaixo da graça de Deus - Rm 6:14. Graça significa um favor imerecido. É a substituição solene da nossa condenação à que estávamos submetidos pela lei, pela salvação providenciada pelo próprio Deus. Estamos mortos para a lei pelo Corpo de Cristo, Rm 7:4. O dom gratuito veio para justificação. Rm 5:16. Estamos livres da lei para servirmos a Deus, para vivermos em novidade de vida, para darmos fruto.
Posição 4 - Viver como filhos de Deus. Apropriar-se da condição de filhos, herdeiros de Deus - Rm 8:17. O simples reconhecimento dessa condição já nos enche o coração de paz e segurança. Deus se interpõe, como Pai, em favor de Seus filhos. Rm 8:31 a 39 caracteriza toda uma seqüência de livramentos e bênçãos concedidas por Deus para aqueles que estão sob Sua guarda e proteção. Vejamos algumas situações:
1. quem poderá se posicionar contra nós?
2. Deus nos dará com Ele todas as coisas.
3. quem poderá nos acusar?
4. quem nos condenará? se é Deus quem intercede por nós.
5. quem nos separará do amor de Cristo? Nenhuma dificuldade.
6. em todas estas situações somos mais que vencedores.
7. nada poderá nos separar do amor de Deus.
Que promessa maravilhosa!!! Quantos já se apoderaram disso e estão vivendo essa situação?
Após a morte
A condição de salvos, justificados perante Deus nos outorga uma viva esperança. Pela fé nos apropriamos da salvação que há de nos ser concedida no final dos tempos. O fim da nossa fé é a salvação de nossas almas. I Pedro 1:3-9.
Diferentemente de religiões, seitas ou movimentos, a nós cristãos, é nos assegurada a salvação de nossas almas. Glória a Deus por isso! Temos uma viva esperança!
A intimidade com Deus pela Bíblia
É possível ter intimidade com Deus. Quem ainda não havia pensado sobre isso? Para quantos aqui presentes o relacionamento com Deus era algo distante e cerimonial? Ao final da palestra esperamos que não haja mais essa visão e sentimento de distanciamento de Deus e das coisas espirituais.
Salmo 25:14 "O segredo (intimidade) do Senhor é para aqueles que o temem, e Ele lhes fará saber o Seu concerto". Maravilhosa promessa. Conhecer o concerto de Deus, Sua vontade, Seu segredo. O Salmo 25 é atribuído como de Davi. Davi foi considerado um homem segundo o coração de Deus ( I Sm 13:14). Ao receber a unção da parte de Samuel o Espírito do Senhor apoderou-se de Davi.
Deus viu em Davi, aquele jovem pastor de ovelhas alguém com potencial para estar a frente do povo de Israel. No Salmo 23 vemos a confiança que Davi depositava em Deus, como pastor de sua vida, seu protetor, provedor e maior propósito. O que Davi procurava ser para o seu rebanho, Deus era para ele. Deus conhecia o coração de Davi e atestou isto para Samuel, que diante dos formosos filhos de Jessé pensava que pela aparência de algum deles poderia ver o escolhido do Senhor, porém Deus diz: - eu olho para o coração. Deus está à procura dessa qualidade de coração em você e em mim. A unção de Davi significa a infusão do coração de Deus na pessoa dele. Ao analisarmos a vida e a obra de Davi podemos perceber que sua comunhão com o Senhor era íntima e tremenda. Um coração cheio do coração de Deus. A coragem de Davi para enfrentar ao gigante Golias foi algo sobrenatural. A capacidade para manter-se submisso a Saul quando perseguido por ele, sua fidelidade aos amigos e homens que lutavam ao seu lado, sua lealdade ao rei, sua intenção de unificar o Reino e trazer a Arca da Aliança para Jerusalém, a liberdade para expressar o louvor e a manifestação da misericórdia de Deus em sua vida são alguns dos exemplos mais marcantes da personalidade de Davi selada pela unção do Senhor em seu coração. Mesmo curvando-se à carne, no pecado com Bate-Seba, Davi reconhece seu pecado e clama a Deus por um coração puro, quebrantado, pedindo que o Senhor não tirasse de sobre ele o Espírito Santo (Salmo 51).
Uma pessoa segundo o coração de Deus é alguém cuja mente, emoções e vontade estão cheios do Cristo vivo. O segredo do Senhor... é para os que o temem. É para aqueles que possuem o coração de Deus.
Hebreus 10:19,20 "Tendo pois, irmãos ousadia para entrar no santuário, no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela Sua carne". A morte de Jesus nos abre acesso àquele local destinado anteriormente somente aos sumo sacerdotes. Na primeira aliança, o Tabernáculo era divido em dois lugares de adoração: o Santo Lugar e o Santo dos Santos. Estas dependências eram cobertas por véus. Havia um véu para encobrir o Santo Lugar e outro para o Santo dos Santos. No primeiro, somente estavam autorizados a adentrar os sacerdotes. No segundo, somente os sumo sacerdotes poderiam entrar, uma única vez ao ano, apresentando sangue como oferta pelos pecados de ignorância do povo. (Hebreus 9:1-7). Na Nova Aliança, Cristo entra uma vez por todas no Santo dos Santos, como o sacerdote eterno enviado por Deus, para nos propiciar a redenção. Com a Sua morte passamos a ter acesso a este lugar especial, onde Deus recebia as ofertas dos sacerdotes, manifestava-se com fogo, aceitando aquilo que os sumo sacerdotes haviam oferecido.
Arão, irmão de Moisés, ao iniciar seu ministério de sacerdote, após oferecer uma oferta perante o Senhor levantou as mãos e abençoou o povo. Com Moisés ele entra na tenda da congregação e juntos abençoam o povo e a glória do Senhor aparece em forma de fogo, consumindo o holocausto trazendo temor à congregação (Lv 9:22-24).
Nos dias de hoje ao tomarmos consciência da correta dimensão do que seja adentrar ao lugar Santíssimo, nossas vidas são direcionadas à graça de Deus, à uma vida sob a Nova Aliança. É o próprio Deus morando em nossas vidas. Jesus substituiu os feitos que nós teríamos que fazer. Ele carregou a maldição, a doença, o pecado e todas as misérias inerentes à condição humana para a cruz do Calvário, porque nós não poderíamos fazê-lo. Na Nova Aliança Deus coloca Suas leis e Seus entendimentos em nossos corações. Hebreus 8:8-13. Devemos ter ousadia e nos apropriar da Nova Aliança concedida através da morte de Cristo. Quem está disposto a se apresentar diante de Deus no Lugar Santo dos Santos? Um dos mais sérios requisitos para se adentrar diante do altar do Senhor era a santidade: Lv 21:6.
Quando entramos no lugar Santo dos Santos reconquistamos o privilégio de termos a intimidade com o Senhor.
Hebreus 12:28 "Pelo que tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverência e santo temor". Se somos exortados a reter a graça é porque há possibilidade dela querer esvair-se de nós. Não pelo Senhor, mas pelos nossos pecados que tentam se impor como uma barreira entre nós e Deus. Reter a graça de Deus é apropriar-se das riquezas dEle, recebidas através da redenção, da remissão dos pecados(Efésios 1:3-9). Aqui há uma revelação maravilhosa: a plena consciência do perdão dos pecados. Voltemos para a Posição nº 1, falada anteriormente, sobre mortos para o pecado. A completa consciência deste fato nos permite receber as riquezas de sua graça, que Ele derramou profundamente sobre nós em toda a sabedoria e entendimento. O coração de Paulo estava cheio de coisas boas ao se dirigir aos efésios (Ef 1:7 e 2:7). Riquezas da graça desvendadas para nos revelar o mistério de Sua vontade para que possamos servi-Lo com reverência e temor.
Efésios4:14 "Para que não sejamos mais meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pelo engano de homens que induzem ao erro".